Nossa Senhora da Cabeça, rogai por nós

Nossa Senhora da Cabeça

Nossa Senhora da Cabeça, rogai por nós
Neste mês comemora-se esta curiosa invocação mariana, reveladora da admirável misericórdia dAquela que é a Sede da Sabedoria

Por Leo Daniele
Como imaginar o altaneiro pico da Cabeça, situado na Serra Morena, em terras de Andaluzia? Provavelmente será, como tantas montanhas da nobre Espanha, rochoso, anguloso e seco.

O fato é que a três léguas do pico encontra-se a cidade de Andújar, onde vivia um humilde pastor chamado Juan Alonso de Rivas.

Vida movimentada experimentara esse Juan Alonso! Depois de participar das guerras entre os reis de Castela e os mouros, ficou cativo dos muçulmanos juntamente com seus pais. Tendo conseguido fugir, perdeu seu braço direito na evasão.

Uma provação – uma recompensa

Corria o ano de 1227, e fatos ainda mais notáveis haveriam de acontecer na vida de Juan Alonso, que, sendo mutilado e sem poder carregar armas, retirou-se à Serra Morena para apascentar um pequeno rebanho de sua propriedade.

Por diversas vezes ouviu ele, ao longe, o toque de uma sineta. O som parecia vir do alto da montanha. O pastor não sabia o que pensar do misterioso chamado.

Até que, na noite de 12 de agosto, ouviu mais distintamente a sineta. Erguendo os olhos, viu uma luminosidade intensa e bela, que se difundia a partir do monte da Cabeça.

Correndo maravilhado para o local, deparou-se com uma gruta, da qual provinham os raios de luz.

Sobre as rochas estava uma belíssima imagem de Nossa Senhora. Juan Alonso, extasiado, caiu de joelhos.

Uma voz dulcíssima, que parecia vir do Céu, se fez ouvir:

_ “Não temas, servo de Deus. Vai à cidade de Andújar, e diz a quantos encontrares que chegou o tempo de cumprir a vontade de Deus, fazendo erigir neste lugar um templo, onde se hão de operar grandes milagres em favor dos fiéis”.

Juan Alonso prometeu obediência, mas pediu um sinal para não ser tomado por visionário. Nossa Senhora lhe deu muito mais do que isso! Disse-lhe:

_ “Vai, o testemunho de tuas palavras será o braço perdido que te restituo”.

Imediatamente, ele vê perfeitamente são o braço que havia perdido ao escapar dos mouros! Esse milagre serviria de prova em face daqueles que duvidassem da veracidade de suas palavras.

Sem conter sua alegria, Juan Alonso correu ao povoado para narrar o ocorrido.

Como todos conheciam o pastor aleijado, que fora mutilado pelos infiéis, o milagre entusiasmou o povo, e logo se organizou uma procissão até o local da aparição, tendo à testa o Vigário e as autoridades do lugar. Uma bela igreja foi edificada, e a Virgem, sob a invocação de Nossa Senhora da Cabeça, tornou-se a Padroeira da cidade.

Propaga-se a devoção na Espanha…

Maria Santíssima será invocada sob esse título em outros locais da Espanha. Conta a tradição que alguns soldados procedentes de Andújar levavam sob sua proteção uma cópia da imagem da Virgem da Cabeça. Quando passaram na vila de Casas Ibáñez, os soldados pediram abrigo para si e para a imagem. A população prontamente os acolheu. Uma vez restabelecidos, prosseguiram viagem. Com o objetivo de agradecer a hospitalidade, deixaram a imagem na casa de alguma daquelas famílias que foram tão receptivas. Os ibañeses, sensibilizados com o presente e agradecidos pelos favores que começaram a ser concedidos pela Virgem Maria, resolveram construi-lhe uma ermida. A imagem passou a ser propriedade de todos e seu culto difundiu-se pelas redondezas.

… e chega ao Brasil

No Rio de Janeiro, em sua ex-catedral, ainda hoje se venera uma imagem de Nossa Senhora da Cabeça, à qual os devotos oferecem ex-votos em forma de cabeças de cera de todos os tamanhos. Tal devoção data dos tempos da fundação da cidade.

Também na capital paulista há uma simpática e acolhedora igrejinha, próxima ao centro da cidade, à rua Tabatinguera, onde se venera uma imagem [foto] de Nossa Senhora da Cabeça – igreja do Menino Jesus e Santa Luzia. No Brasil, em geral, ela costuma ser invocada para males que atacam o cérebro. Os fiéis que padecem de cefaléia e as mães de filhos com problemas escolares também a ela recorrem para a solução de seus males.

Essa invocação da Santíssima Virgem sugeriria ainda uma proteção especial em relação à parte mais nobre do corpo humano, tão afetada pelo “mal du siècle” — ou seja, pelos desequilíbrios mentais e psíquicos que se vêm tornando como que endêmicos em nossos dias — e por tudo de mal que pensamos e fazemos. Suave lembrança, leve alusão.

Embora in extremis, intervenção salvadora

Mas um fato muito digno de nota viria reforçar tal insinuação. Um nobre senhor, condenado à pena de morte, fez o voto de depositar uma cabeça de cera aos pés da sagrada imagem, se a Virgem o salvasse.

No dia da execução, estando já o carrasco a postos e a multidão reunida na praça, toda esperança parecia afastada. Eis que se ouve o reboar de uma cavalgada e chega em grande galope um mensageiro do Rei, portando a graça ao condenado!

Em cumprimento de seu voto e em recordação desse extraordinário acontecimento, nos santuários dedicados a Nossa Senhora da Cabeça representa-se a Virgem trazendo nas mãos uma cabeça.

A cabeça do nobre? Com certeza. Mas quando vejo a piedosa imagem, confesso que penso na minha.

Todos somos, um pouco mais, um pouco menos, réus de morte. Quando mais não seja, do Homem-Deus que morreu em nosso lugar, e de Nossa Senhora, que sofreu todas as aflições da agonia de Seu Filho. Além disso, de nossa cabeça procedem nosso pensar, ajuizado ou insensato, reto ou imoral; nosso ver, ouvir, sentir, e todos os nossos movimentos.

Assim, não será mau ouvirmos, na imaginação, uma vez mais reboar nas pedras do calçamento o galope do cavaleiro que traz a graça do Rei dos Reis, desta vez para nós!

Por tudo isso nunca será de mais clamarmos: Nossa Senhora da Cabeça, rogai por nós.
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Santa Joana de Chantal, comparável à Mulher forte da Sagrada Escritura

São Francisco de Sales recebendo os votos de Santa Joana de Chantal

Santa Joana de Chantal, comparável à Mulher forte da Sagrada Escritura
A cofundadora da Ordem da Visitação, modelo de esposa e mãe, desligou-se da família para tornar-se, em meio a grandes provações, exemplo de santidade na vida religiosa
Por Plinio Maria Solimeo

No século XVI, a heresia protestante devorara como um câncer quase toda a Alemanha.

Lançando metástases pela Europa, penetrou tão perigosamente na França, que em breve seu poderio foi o de um Estado dentro do Estado.

Aproveitando-se da fraqueza e omissão da dinastia francesa dos Valois, dirigida efetivamente pela inescrupulosa Catarina de Medicis, e do apoio de membros da mais alta nobreza, seduzidos pela nova heresia, esta ameaçava a própria existência da única e verdadeira religião, a Católica.

Diante do perigo, os católicos, liderados pela família dos duques de Guise, formaram uma Liga Santa para a defesa de sua Religião. Dissolvida por Henrique III, a referida Liga renasceu em 1587, quando o Tratado de Beaulieu favoreceu demasiadamente os huguenotes, como eram chamados os protestantes na França.

Da Liga fazia parte o enérgico e ardente católico Benigno Fremyot, Presidente do Parlamento da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Foi nesse ambiente, carregado das guerras de religião, que nasceu Joana, segunda filha deste casal.

Não há dúvida de que o amor materno é insubstituível na formação moral e religiosa da prole. O caso do Presidente Fremyot foi uma das notáveis e raras exceções a essa regra. Joana tinha apenas 18 meses quando faleceu a mãe, no parto do terceiro filho, André. Benigno Fremyot supriu a falta da esposa dando aos filhos uma educação ao mesmo tempo afetuosa e viril. Dos três que teve, a primeira faleceria piedosamente poucos anos depois de casada; a segunda seria elevada à honra dos altares; e o último, por sua virtude e qualidades morais, tornar-se-ia, aos 21 anos, Arcebispo de Bourges e amicíssimo de São Francisco de Sales.

O Presidente Fremyot os reunia de manhã e à noite para ensinar-lhes a rezar, conhecer e amar a verdadeira Igreja e o Papa.

Desde cedo, enérgica rejeição da heresia

A pequenina Joana foi dotada pela Providência de um carisma especial, que a levava, mesmo antes do uso da razão, a discernir os hereges. Quando, nos braços da ama, via um deles, começava a chorar. E se este queria acariciá-la, gritava e escondia a cabeça no peito da ama, não se tranqüilizando até que o perdesse de vista.

Um fato muito conhecido, mas que vale a pena relembrar, foi o que se passou quando ela tinha apenas cinco anos.

Devido à sua profissão, o Sr. Fremyot recebia muitas vezes influentes protestantes em sua casa. Havia um que, como é característico deles, não deixava escapar a ocasião para uma discussão teológica. Ora, uma vez em que a pequena Joana estava presente na sala, aparentemente absorta com algum brinquedo, o herege negou a Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia consagrada. Ao ouvir isto, a menina não pôde conter-se; aproximando-se dele, olhou-o com emoção e disse: “Senhor, é preciso crer que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse! Se vós não O credes, fá-Lo-eis passar por mentiroso”.

O protestante, admirado, começou a argumentar com ela. Mas Joana, dotada da sabedoria da inocência, respondia-lhe à altura. Para terminar amigavelmente a conversa, o herege ofereceu-lhe um punhado de caramelos. A menina os recebeu em seu avental e foi jogá-los diretamente na lareira fumegante, dizendo-lhe:

“Vede, senhor, vede. Assim arderão os hereges no fogo do inferno por não quererem crer nas palavras de Nosso Senhor!”

Em outro dia em que o renitente herege recomeçou a discussão, a pequena Joana acercou-se dele e lhe disse energicamente: “Senhor, se tivésseis ofendido o Rei, meu pai vos mandaria enforcar. Se desmentis a Nosso Senhor, estes dois Presidentes (apontou para um quadro representando São Pedro e São Paulo) mandar-vos-ão enforcar” (1).

Quando seus filhos foram crescendo, o Presidente Fremyot contratou mestres escolhidos para reforçarem sua formação. “Joana aprendia com grande facilidade e viveza de imaginação. E, dado seu bom talento e a posição que ocupava no mundo, foi-lhe ensinado tudo o que deveria saber uma jovem de sua classe: ler, escrever, dançar, tocar instrumentos de música, canto, os labores próprios ao seu sexo etc.” (2).

Ao receber a Confirmação, por devoção ao Poverello de Assis, Joana acrescentou ao seu o nome de Francisca.

No matrimônio e na viuvez: fortaleza e generosidade

Aos 20 anos, Joana Francisca foi dada pelo pai em casamento ao Barão de Chantal, valoroso oficial do exército francês e católico, embora desde a morte da mãe ele levasse uma vida um tanto dissipada.

O primeiro cuidado de Joana foi conquistar o coração do marido para levá-lo inteiramente a Deus. Isso não foi difícil, pois o Barão, além das boas predisposições que possuía, percebeu logo que Deus lhe tinha dado por esposa uma santa. A união entre eles foi tão grande que se dizia que tinham um só coração. Ao mesmo tempo a baronesa estabeleceu, com bondade e firmeza, a ordem e a disciplina no seio da numerosa criadagem do castelo.

Quando seu marido estava ausente, Joana entregava-se mais a Deus e ao exercício da caridade. Cuidava dos pobres e dos enfermos com suas próprias mãos e supria a todas suas necessidades. Em breve, ficou conhecida na região como a santa Senhora. Deus quis, em duas ocasiões, demonstrar a virtude de Sua serva mediante o milagre da multiplicação do trigo para alimentar os pobres, em época de grande fome.

O casal foi abençoado com seis filhos, dos quais os dois primeiros faleceram apenas nascidos. Sucederam-lhes outro filho e três filhas, tendo a última nascido poucas semanas antes da morte do Barão.

Mortalmente ferido por seu melhor amigo num acidente de caça, recebeu os últimos Sacramentos, perdoou seu homicida e recomendou à Baronesa que se resignasse à vontade de Deus.

Joana ficava assim viúva aos 28 anos, com quatro filhos para educar e o baronato para dirigir. Foram-lhe necessárias toda sua fé e energia para aceitar o rude golpe. Mas recebeu muitas graças nessa época, o que a levou a afirmar mais tarde que, não fossem os filhos tão pequenos, teria tudo abandonado para ir terminar seus dias em Jerusalém, consagrada inteiramente a Deus.

Essa alma forte e generosa foi submetida na viuvez a novas provações! O Barão de Chantal – sogro de Joana, cujo caráter orgulhoso, vaidoso e extravagante ela conhecia — sentindo-se muito só em sua velhice, queria que a jovem viúva, com os filhos, fosse lhe fazer companhia.

No novo domicílio – cuja desordem era igualmente de seu conhecimento — Joana entregou-se a todas as obras de apostolado e misericórdia por ela desenvolvidas no anterior. Mas sentindo a necessidade de encontrar um bom diretor espiritual, pediu insistentemente a Deus essa graça.

Conjugação de dois Santos transpõe obstáculos insuperáveis

Em 1604, o já merecidamente célebre Bispo de Genebra, São Francisco de Sales, foi pregar a quaresma em Dijon, cidade natal de Joana. Esta convenceu o sogro a trasladarem-se para a casa de seu pai para seguirem os sermões.

O grande pregador, a quem Deus mostrara em sonhos sua futura penitente, imediatamente a reconheceu, atenta e recolhida, em meio aos fiéis. Esta também reconheceu com emoção aquele que Deus designara para seu pai espiritual. Começou assim um dos mais belos parentescos espirituais da História da Igreja, que tantos e tão belos frutos produziria.

São Francisco de Sales traçou-lhe uma minuciosa regra de vida. Sob sua direção, Santa Joana de Chantal progrediu tão rapidamente, que o santo se admirava, dando graças a Deus.

Aos poucos maturava na mente do Bispo de Genebra o projeto de uma nova congregação religiosa, com regras adaptadas a virgens e viúvas que, desejando servir a Deus, não se sentiam atraídas pelas grandes austeridades das famílias religiosas já existentes. Teriam como oração em comum somente o Ofício Parvo de Nossa Senhora; deveriam dedicar-se também à assistência dos pobres e enfermos.

Joana pôs-se à sua disposição para a realização da obra assim que seus filhos estivessem encaminhados.

A mão de Deus fez-se então sentir para abreviar o tempo de espera. A Baronesa de Chantal tornara-se amicíssima da Baronesa de Boissy, mãe de São Francisco de Sales, senhora virtuosíssima, viúva e mãe de 13 filhos. Tal era a confiança que esta tinha em Joana que, a conselho de São Francisco, confiou à jovem viúva a educação de sua caçula, de nove anos. Esta veio a falecer poucos anos depois nos braços de Santa Joana.

Para unir por laços mais fortes que os da amizade as duas famílias, a Senhora de Boissy propôs o casamento de seu filho, Barão de Thorens, de 14 anos, com Maria Amada, filha mais velha de Santa Joana, então com 12. O casamento foi oficiado por São Francisco de Sales e, como era costume na época, a jovem esposa foi viver com a família do marido até atingir a idade núbil.

Santa Joana confiou o filho, Celso Benigno, ao avô, Presidente Fremyot, que com a ajuda de um virtuoso preceptor completaria a educação do adolescente. Levando as duas filhas para terminar sua educação no convento, a Baronesa de Chantal ficava assim livre para a realização da grande obra.

Antes de partir, renunciou a todos seus bens em favor dos filhos e embarcou para Annecy, que fazia parte então do Ducado da Sabóia. Pouco depois, Deus chamou a Si a filha caçula de Joana, aquela a quem ela mais amava por sua inocência e docilidade.

Cofundadora e alma da Congregação da Visitação

Em Annecy já a esperavam três donzelas virtuosas, dirigidas de São Francisco de Sales, que com ela principiariam a obra.

A Congregação idealizada pelo Bispo de Genebra era uma inovação. Até então só havia conventos de reclusas. Na recém-fundada Congregação – denominada da Visitação – as religiosas não guardariam clausura, pois deveriam cuidar dos pobres, o que suscitou muitas controvérsias.

Apesar da pobreza e das críticas recebidas, novas postulantes foram ingressando na Congregação e três jovens viúvas de Lyon pediram licença para lá fundar uma casa. Nessa ocasião, interveio o Cardeal Arcebispo local, convencendo São Francisco de Sales a erigir e transformar a Congregação em Ordem religiosa e aceitar a obrigação da clausura perpétua. O Fundador, tendo aceito a proposta, estipulou contudo que em seus conventos se pudessem receber senhoras e donzelas que quisessem retirar-se temporariamente para pôr em ordem sua consciência.

Embora muito atenuada em relação às regras existentes, no que se refere a penitências, jejuns e longos ofícios em comum, São Francisco de Sales reforçou a pobreza e a obediência da nova instituição. Nenhuma religiosa poderia ter nada seu, nem mesmo o hábito ou o rosário que usava. Cada ano havia uma rotação de tudo, inclusive livros e objetos de piedade.

A finalidade visada por São Francisco de Sales para sua Congregação seria levada avante pouco depois por seu grande amigo, São Vicente de Paulo, mediante a criação das Filhas da Caridade.

Foi cedendo a instâncias da Madre Chantal e dedicando-o a suas filhas da Visitação, que São Francisco de Sales escreveu seu famoso Tratado do Amor de Deus.

“Minha filha, disse-lhe o santo Bispo, o Tratado do Amor de Deus está escrito para vós”. No prefácio da obra, ele diz: “Como Deus sabe o muito que estimo essa alma, não foi pouco o que ela influiu nesta ocasião … o que mais me moveu a levar avante meu projeto foram as reiteradas instâncias desta alma”.

Sofrimento modela “alma das mais santas”

Àqueles a quem ama, Nosso Senhor presenteia com sua Cruz. Como alma eleita e muito sensível ao afeto, a Providência foi tirando de Santa Joana suas mais caras afeições para que se desapegasse inteiramente das criaturas.

Sua mãe morreu muito cedo. Apenas casada, foi-lhe arrebatada a irmã que com ela compartira a orfandade, deixando-lhe como herança três orfãozinhos. Dois de seus filhos faleceram recém-nascidos e o marido foi-lhe arrebatado num acidente de caça, deixando-a viúva aos 28 anos. Viu morrer, sucessivamente o pai, o sogro, os quatros filhos, a nora e um genro, tornando-se, aos 60 anos e já superiora da Visitação, a “mãe” de seus netos. Cabe mencionar que seu único filho varão, Celso Benigno, morreu heroicamente aos 31 anos, lutando contra os protestantes na ilha de Rhé. Sua esposa seguiu-lhe na tumba pouco depois, deixando uma filhinha de um ano, que viria ser a famosa epistológrafa Madame de Sevigné.

A cada novo luto, Santa Joana de Chantal superava-se a si própria, saindo do convento para cuidar dos interesses de seus filhos com um tino e uma habilidade superiores. Não deixava, em meios aos negócios do mundo, de ser menos religiosa que no mosteiro. Irradiava por toda parte o reflexo de sua santidade, suscitando verdadeira veneração. Só ao contemplá-la, várias donzelas foram atraídas ao seu convento.

A estas provações somaram-se as espirituais, como tentações terríveis, algumas vezes contra a fé. Conheceu a noite escura e a secura espiritual para chegar a um grau sublime de contemplação. São Vicente de Paulo afirmou que, embora aparentando paz e tranqüilidade, Santa Joana “sofria terríveis provas interiores. Via-se tão assediada de tentações abomináveis, que tinha que apartar os olhos de si mesma com horror para não contemplar esse espetáculo insuportável …. Em meio a tão grandes sofrimentos, jamais perdeu a serenidade nem esmoreceu na plena fidelidade que Deus lhe exigia. Por isso a considero como uma das almas mais santas que encontrei sobre a terra”.

Após a morte de São Francisco de Sales, não só consolidou a obra nascente, mas a fez expandir. Durante sua vida, os mosteiros da Visitação elevaram-se a 65. A todos visitou para satisfazer o desejo que muitas de suas filhas espirituais tinham de conhecê-la.

Em 1641, a rainha Ana d’Áustria convidou-a para ir a Paris, cumulando-a de honras e distinções. Era a exaltação que a Realeza prestava à Santa que foi, em vida, comparável à própria Mulher forte do Antigo Testamento.

Meses depois, foi ela receber, no Céu, a recompensa demasiadamente grande que Deus reserva a seus eleitos.

Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767.
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A Santa Joana de Chantal podem ser aplicados, com justiça, os grandes elogios que o Livro dos Provérbios faz à Mulher forte:

“Quem achará uma mulher forte? O seu valor excede tudo o que vem de longe, e dos últimos confins da Terra”…. “Levantaram-se seus filhos, e aclamaram-na ditosíssima; [levantou-se] seu marido, e louvou-a” (Prov., cap. 31, 10-28).

Aclamaram-na não somente seus filhos carnais, mas também – e continuam fazendo-o até hoje – suas filhas visitandinas!
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Notas
1 – Mons. Bougaud, Bispo de Laval, História de Santa Juana Francisca Fremiot, Baronesa de Chantal, pp. 60 e 61, Editorial Difusión S. A., 1944, Grafica Urquiza, Pueyrredón 1057, Buenos Aires.
2 – Memórias da Madre de Chaugy, discípula da Santa, apud op. cit, p. 61.
3 – Mons. Bougaud, op. cit. pp. 419, 420.
4 – Butler, Vidas de los Santos, 2a. ed. em castelhano, Colliers International, Vol. III, p. 382, Cidade do México, 1964.

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Santa Joana de Chantal, comparável à Mulher forte da Sagrada Escritura

Santa Joana de Chantal

Santa Joana de Chantal, comparável à Mulher forte da Sagrada Escritura
A cofundadora da Ordem da Visitação, modelo de esposa e mãe, desligou-se da família para tornar-se, em meio a grandes provações, exemplo de santidade na vida religiosa

Por Plinio Maria Solimeo
No século XVI, a heresia protestante devorara como um câncer quase toda a Alemanha.

Lançando metástases pela Europa, penetrou tão perigosamente na França, que em breve seu poderio foi o de um Estado dentro do Estado.

Aproveitando-se da fraqueza e omissão da dinastia francesa dos Valois, dirigida efetivamente pela inescrupulosa Catarina de Medicis, e do apoio de membros da mais alta nobreza, seduzidos pela nova heresia, esta ameaçava a própria existência da única e verdadeira religião, a Católica.

Diante do perigo, os católicos, liderados pela família dos duques de Guise, formaram uma Liga Santa para a defesa de sua Religião. Dissolvida por Henrique III, a referida Liga renasceu em 1587, quando o Tratado de Beaulieu favoreceu demasiadamente os huguenotes, como eram chamados os protestantes na França.

Da Liga fazia parte o enérgico e ardente católico Benigno Fremyot, Presidente do Parlamento da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Foi nesse ambiente, carregado das guerras de religião, que nasceu Joana, segunda filha deste casal.

Não há dúvida de que o amor materno é insubstituível na formação moral e religiosa da prole. O caso do Presidente Fremyot foi uma das notáveis e raras exceções a essa regra. Joana tinha apenas 18 meses quando faleceu a mãe, no parto do terceiro filho, André. Benigno Fremyot supriu a falta da esposa dando aos filhos uma educação ao mesmo tempo afetuosa e viril. Dos três que teve, a primeira faleceria piedosamente poucos anos depois de casada; a segunda seria elevada à honra dos altares; e o último, por sua virtude e qualidades morais, tornar-se-ia, aos 21 anos, Arcebispo de Bourges e amicíssimo de São Francisco de Sales.

O Presidente Fremyot os reunia de manhã e à noite para ensinar-lhes a rezar, conhecer e amar a verdadeira Igreja e o Papa.

Desde cedo, enérgica rejeição da heresia

A pequenina Joana foi dotada pela Providência de um carisma especial, que a levava, mesmo antes do uso da razão, a discernir os hereges. Quando, nos braços da ama, via um deles, começava a chorar. E se este queria acariciá-la, gritava e escondia a cabeça no peito da ama, não se tranqüilizando até que o perdesse de vista.

Um fato muito conhecido, mas que vale a pena relembrar, foi o que se passou quando ela tinha apenas cinco anos.

Devido à sua profissão, o Sr. Fremyot recebia muitas vezes influentes protestantes em sua casa. Havia um que, como é característico deles, não deixava escapar a ocasião para uma discussão teológica. Ora, uma vez em que a pequena Joana estava presente na sala, aparentemente absorta com algum brinquedo, o herege negou a Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia consagrada. Ao ouvir isto, a menina não pôde conter-se; aproximando-se dele, olhou-o com emoção e disse: “Senhor, é preciso crer que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse! Se vós não O credes, fá-Lo-eis passar por mentiroso”.

O protestante, admirado, começou a argumentar com ela. Mas Joana, dotada da sabedoria da inocência, respondia-lhe à altura. Para terminar amigavelmente a conversa, o herege ofereceu-lhe um punhado de caramelos. A menina os recebeu em seu avental e foi jogá-los diretamente na lareira fumegante, dizendo-lhe:

“Vede, senhor, vede. Assim arderão os hereges no fogo do inferno por não quererem crer nas palavras de Nosso Senhor!”

Em outro dia em que o renitente herege recomeçou a discussão, a pequena Joana acercou-se dele e lhe disse energicamente: “Senhor, se tivésseis ofendido o Rei, meu pai vos mandaria enforcar. Se desmentis a Nosso Senhor, estes dois Presidentes (apontou para um quadro representando São Pedro e São Paulo) mandar-vos-ão enforcar” (1).

Quando seus filhos foram crescendo, o Presidente Fremyot contratou mestres escolhidos para reforçarem sua formação. “Joana aprendia com grande facilidade e viveza de imaginação. E, dado seu bom talento e a posição que ocupava no mundo, foi-lhe ensinado tudo o que deveria saber uma jovem de sua classe: ler, escrever, dançar, tocar instrumentos de música, canto, os labores próprios ao seu sexo etc.” (2).

Ao receber a Confirmação, por devoção ao Poverello de Assis, Joana acrescentou ao seu o nome de Francisca.

No matrimônio e na viuvez: fortaleza e generosidade

Aos 20 anos, Joana Francisca foi dada pelo pai em casamento ao Barão de Chantal, valoroso oficial do exército francês e católico, embora desde a morte da mãe ele levasse uma vida um tanto dissipada.

O primeiro cuidado de Joana foi conquistar o coração do marido para levá-lo inteiramente a Deus. Isso não foi difícil, pois o Barão, além das boas predisposições que possuía, percebeu logo que Deus lhe tinha dado por esposa uma santa. A união entre eles foi tão grande que se dizia que tinham um só coração. Ao mesmo tempo a baronesa estabeleceu, com bondade e firmeza, a ordem e a disciplina no seio da numerosa criadagem do castelo.

Quando seu marido estava ausente, Joana entregava-se mais a Deus e ao exercício da caridade. Cuidava dos pobres e dos enfermos com suas próprias mãos e supria a todas suas necessidades. Em breve, ficou conhecida na região como a santa Senhora. Deus quis, em duas ocasiões, demonstrar a virtude de Sua serva mediante o milagre da multiplicação do trigo para alimentar os pobres, em época de grande fome.

O casal foi abençoado com seis filhos, dos quais os dois primeiros faleceram apenas nascidos. Sucederam-lhes outro filho e três filhas, tendo a última nascido poucas semanas antes da morte do Barão.

Mortalmente ferido por seu melhor amigo num acidente de caça, recebeu os últimos Sacramentos, perdoou seu homicida e recomendou à Baronesa que se resignasse à vontade de Deus.

Joana ficava assim viúva aos 28 anos, com quatro filhos para educar e o baronato para dirigir. Foram-lhe necessárias toda sua fé e energia para aceitar o rude golpe. Mas recebeu muitas graças nessa época, o que a levou a afirmar mais tarde que, não fossem os filhos tão pequenos, teria tudo abandonado para ir terminar seus dias em Jerusalém, consagrada inteiramente a Deus.

Essa alma forte e generosa foi submetida na viuvez a novas provações! O Barão de Chantal – sogro de Joana, cujo caráter orgulhoso, vaidoso e extravagante ela conhecia — sentindo-se muito só em sua velhice, queria que a jovem viúva, com os filhos, fosse lhe fazer companhia.

No novo domicílio – cuja desordem era igualmente de seu conhecimento — Joana entregou-se a todas as obras de apostolado e misericórdia por ela desenvolvidas no anterior. Mas sentindo a necessidade de encontrar um bom diretor espiritual, pediu insistentemente a Deus essa graça.

Conjugação de dois Santos transpõe obstáculos insuperáveis

Em 1604, o já merecidamente célebre Bispo de Genebra, São Francisco de Sales, foi pregar a quaresma em Dijon, cidade natal de Joana. Esta convenceu o sogro a trasladarem-se para a casa de seu pai para seguirem os sermões.

O grande pregador, a quem Deus mostrara em sonhos sua futura penitente, imediatamente a reconheceu, atenta e recolhida, em meio aos fiéis. Esta também reconheceu com emoção aquele que Deus designara para seu pai espiritual. Começou assim um dos mais belos parentescos espirituais da História da Igreja, que tantos e tão belos frutos produziria.

São Francisco de Sales traçou-lhe uma minuciosa regra de vida. Sob sua direção, Santa Joana de Chantal progrediu tão rapidamente, que o santo se admirava, dando graças a Deus.

Aos poucos maturava na mente do Bispo de Genebra o projeto de uma nova congregação religiosa, com regras adaptadas a virgens e viúvas que, desejando servir a Deus, não se sentiam atraídas pelas grandes austeridades das famílias religiosas já existentes. Teriam como oração em comum somente o Ofício Parvo de Nossa Senhora; deveriam dedicar-se também à assistência dos pobres e enfermos.

Joana pôs-se à sua disposição para a realização da obra assim que seus filhos estivessem encaminhados.

A mão de Deus fez-se então sentir para abreviar o tempo de espera. A Baronesa de Chantal tornara-se amicíssima da Baronesa de Boissy, mãe de São Francisco de Sales, senhora virtuosíssima, viúva e mãe de 13 filhos. Tal era a confiança que esta tinha em Joana que, a conselho de São Francisco, confiou à jovem viúva a educação de sua caçula, de nove anos. Esta veio a falecer poucos anos depois nos braços de Santa Joana.

Para unir por laços mais fortes que os da amizade as duas famílias, a Senhora de Boissy propôs o casamento de seu filho, Barão de Thorens, de 14 anos, com Maria Amada, filha mais velha de Santa Joana, então com 12. O casamento foi oficiado por São Francisco de Sales e, como era costume na época, a jovem esposa foi viver com a família do marido até atingir a idade núbil.

Santa Joana confiou o filho, Celso Benigno, ao avô, Presidente Fremyot, que com a ajuda de um virtuoso preceptor completaria a educação do adolescente. Levando as duas filhas para terminar sua educação no convento, a Baronesa de Chantal ficava assim livre para a realização da grande obra.

Antes de partir, renunciou a todos seus bens em favor dos filhos e embarcou para Annecy, que fazia parte então do Ducado da Sabóia. Pouco depois, Deus chamou a Si a filha caçula de Joana, aquela a quem ela mais amava por sua inocência e docilidade.

Cofundadora e alma da Congregação da Visitação

Em Annecy já a esperavam três donzelas virtuosas, dirigidas de São Francisco de Sales, que com ela principiariam a obra.

A Congregação idealizada pelo Bispo de Genebra era uma inovação. Até então só havia conventos de reclusas. Na recém-fundada Congregação – denominada da Visitação – as religiosas não guardariam clausura, pois deveriam cuidar dos pobres, o que suscitou muitas controvérsias.

Apesar da pobreza e das críticas recebidas, novas postulantes foram ingressando na Congregação e três jovens viúvas de Lyon pediram licença para lá fundar uma casa. Nessa ocasião, interveio o Cardeal Arcebispo local, convencendo São Francisco de Sales a erigir e transformar a Congregação em Ordem religiosa e aceitar a obrigação da clausura perpétua. O Fundador, tendo aceito a proposta, estipulou contudo que em seus conventos se pudessem receber senhoras e donzelas que quisessem retirar-se temporariamente para pôr em ordem sua consciência.

Embora muito atenuada em relação às regras existentes, no que se refere a penitências, jejuns e longos ofícios em comum, São Francisco de Sales reforçou a pobreza e a obediência da nova instituição. Nenhuma religiosa poderia ter nada seu, nem mesmo o hábito ou o rosário que usava. Cada ano havia uma rotação de tudo, inclusive livros e objetos de piedade.

A finalidade visada por São Francisco de Sales para sua Congregação seria levada avante pouco depois por seu grande amigo, São Vicente de Paulo, mediante a criação das Filhas da Caridade.

Foi cedendo a instâncias da Madre Chantal e dedicando-o a suas filhas da Visitação, que São Francisco de Sales escreveu seu famoso Tratado do Amor de Deus.

“Minha filha, disse-lhe o santo Bispo, o
Tratado do Amor de Deus
está escrito para vós”. No prefácio da obra, ele diz: “Como Deus sabe o muito que estimo essa alma, não foi pouco o que ela influiu nesta ocasião … o que mais me moveu a levar avante meu projeto foram as reiteradas instâncias desta alma”.

Sofrimento modela “alma das mais santas”

Àqueles a quem ama, Nosso Senhor presenteia com sua Cruz. Como alma eleita e muito sensível ao afeto, a Providência foi tirando de Santa Joana suas mais caras afeições para que se desapegasse inteiramente das criaturas.

Sua mãe morreu muito cedo. Apenas casada, foi-lhe arrebatada a irmã que com ela compartira a orfandade, deixando-lhe como herança três orfãozinhos. Dois de seus filhos faleceram recém-nascidos e o marido foi-lhe arrebatado num acidente de caça, deixando-a viúva aos 28 anos. Viu morrer, sucessivamente o pai, o sogro, os quatros filhos, a nora e um genro, tornando-se, aos 60 anos e já superiora da Visitação, a “mãe” de seus netos. Cabe mencionar que seu único filho varão, Celso Benigno, morreu heroicamente aos 31 anos, lutando contra os protestantes na ilha de Rhé. Sua esposa seguiu-lhe na tumba pouco depois, deixando uma filhinha de um ano, que viria ser a famosa epistológrafa Madame de Sevigné.

A cada novo luto, Santa Joana de Chantal superava-se a si própria, saindo do convento para cuidar dos interesses de seus filhos com um tino e uma habilidade superiores. Não deixava, em meios aos negócios do mundo, de ser menos religiosa que no mosteiro. Irradiava por toda parte o reflexo de sua santidade, suscitando verdadeira veneração. Só ao contemplá-la, várias donzelas foram atraídas ao seu convento.

A estas provações somaram-se as espirituais, como tentações terríveis, algumas vezes contra a fé. Conheceu a noite escura e a secura espiritual para chegar a um grau sublime de contemplação. São Vicente de Paulo afirmou que, embora aparentando paz e tranqüilidade, Santa Joana “sofria terríveis provas interiores. Via-se tão assediada de tentações abomináveis, que tinha que apartar os olhos de si mesma com horror para não contemplar esse espetáculo insuportável …. Em meio a tão grandes sofrimentos, jamais perdeu a serenidade nem esmoreceu na plena fidelidade que Deus lhe exigia. Por isso a considero como uma das almas mais santas que encontrei sobre a terra”.

Após a morte de São Francisco de Sales, não só consolidou a obra nascente, mas a fez expandir. Durante sua vida, os mosteiros da Visitação elevaram-se a 65. A todos visitou para satisfazer o desejo que muitas de suas filhas espirituais tinham de conhecê-la.

Em 1641, a rainha Ana d’Áustria convidou-a para ir a Paris, cumulando-a de honras e distinções. Era a exaltação que a Realeza prestava à Santa que foi, em vida, comparável à própria Mulher forte do Antigo Testamento.

Meses depois, foi ela receber, no Céu, a recompensa demasiadamente grande que Deus reserva a seus eleitos.

Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767.

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A Santa Joana de Chantal podem ser aplicados, com justiça, os grandes elogios que o Livro dos Provérbios faz à Mulher forte:

“Quem achará uma mulher forte? O seu valor excede tudo o que vem de longe, e dos últimos confins da Terra”…. “Levantaram-se seus filhos, e aclamaram-na ditosíssima; [levantou-se] seu marido, e louvou-a” (Prov., cap. 31, 10-28).

Aclamaram-na não somente seus filhos carnais, mas também – e continuam fazendo-o até hoje – suas filhas visitandinas!
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Notas
1 – Mons. Bougaud, Bispo de Laval, História de Santa Juana Francisca Fremiot, Baronesa de Chantal, pp. 60 e 61, Editorial Difusión S. A., 1944, Grafica Urquiza, Pueyrredón 1057, Buenos Aires.
2 – Memórias da Madre de Chaugy, discípula da Santa, apud op. cit, p. 61.
3 – Mons. Bougaud, op. cit. pp. 419, 420.
4 – Butler, Vidas de los Santos, 2a. ed. em castelhano, Colliers International, Vol. III, p. 382, Cidade do México, 1964.

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